Depois das ameaças, Romero Jucá procura Michel Temer para tirar Renan da liderança do PMDB


O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), procurou o presidente Michel Temer na noite desta terça-feira (27) após discutir no plenário com o líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL). Os dois divergiram, principalmente, sobre a reforma trabalhista, em análise no Senado - Jucá é o relator.

Com o aval do presidente, Jucá já articula para esta quarta (28) a troca na liderança do PMDB.

Ex-ministro de Temer, Jucá colheu assinaturas na bancada, formada por 22 senadores, para destituir Renan do posto. Ele quer Garibaldi Alves (RN) na liderança do PMDB.

Renan irritou o governo ao ameaçar fazer trocas na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, que votará nesta quarta a reforma trabalhista.

Ex-presidente do Senado, Renan tem sido um dos principais oposicionistas do governo Temer desde que o presidente assumiu.

“O erro do presidente Temer foi pensar que poderia governar o Brasil influenciado por um presidiário de Curitiba”, disse Renan, rodeado de senadores oposicionistas, a maioria do PT, e sem precisar citar o nome de Cunha para deixar claro a quem se referia.
A fala de Renan foi uma réplica à defesa do governo feita pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) – que por sua vez respondia aos ataques do próprio senador alagoano, em sua primeira intervenção contra Temer, à reforma trabalhista em tramitação no Senado.
Ao reclamar do governo em nome da parcela minoritária do PMDB, Renan apelava ao presidente do Senado, Eunício de Oliveira (PMDB-CE), para que uma providência em relação à matéria fosse tomada pelo comando do Congresso, face à situação de grave crise enfrentada por Temer.
Para Renan, ou Eunício faria algo a respeito da situação ou o Senado teria de aguentar “essa gente fingindo que está governando o Brasil”. No auge de sua revolta em plenário, o senador chegou a ameaçar, valendo-se do cargo do líder do PMDB, promover a troca de membros do partido na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde a reforma trabalhista será votada amanhã (quarta, 28).
A ameaça de Renan foi rebatida na mesma moeda por Jucá, que citou a reunião da bancada do PMDB que poderia ter destituído o senador alagoano da liderança do partido no Senado, mas o manteve no posto com poderes limitados. “Estranho essa posição de ele dizer que vai mudar os membros [CCJ], porque nós fizemos uma reunião de bancada e, por 17 a 5, definimos que apoiaríamos a reforma e que as coisas ficariam como estão. Se vossa excelência muda de posição, isso nos dá a condição de mudar também [o comando partidário], porque nós fizemos um pacto, demos a palavra. E a minha palavra vale! Quando eu dou, eu cumpro. Pode chover canivete”, declarou Jucá.

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