Relação entre escolas de samba e ditaduras é antiga, lembra historiador

A Beija-Flor é a campeã do carnaval carioca deste ano, com enredo em homenagem à cultura africana de Guiné Equatorial, comandada há 35 anos por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, conhecido como um dos ditadores mais cruéis do mundo. Este teria contribuído com milhões de reais para o carnaval da agremiação, que perdeu apenas um décimo. 

Nas redes sociais, não demoraram a surgir "sugestões" para a escola para o ano que vem, como uma homenagem ao regime da Coreia do Norte ou ao Estado Islâmico. 

A escola brasileira, contudo, não é a primeira que teria se beneficiado de uma ligação com regimes assassinos. Sua iniciativa deve ser condenada, claro, mas, infelizmente, não foge ao movimento iniciado muitas décadas antes, destaca o historiador Daniel Aarão Reis Filho, em conversa com o JB por telefone.

"A Beija-Flor vencer hoje recebendo essa ajuda infame da Guiné Equatorial é lamentável, mas não lança nada de novo no horizonte. A Beija-Flor não está inaugurando nada, infelizmente", salientou Aarão, completando que muitos que podem agora reclamar já se viram envolvidos nesse tipo de promiscuidade, o que dificulta a sustentação de uma crítica consistente.
Jornal do Brasil - Carnaval 2015 - Relação entre escolas de samba e ditaduras é antiga, lembra historiador


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